Praga de besouro atacando palmeiras no Clube em Brotas
Praga de besouro atacando palmeiras no Clube de Campo (Broca-do-olho-do-coqueiro) Alguns associados já devem ter se perguntado sobre o estado de algumas de nossas palmeiras aqui do Clube de Campo. Temos exemplares raros em nossos jardins e nossa equipe tem dedicado grande esforço para evitar um problema que nos encontrou nos últimos meses.
![Praga de besouro atacando palmeiras no Clube em Brotas](https://www.clubedecampodebrotas.com.br/wp-content/uploads/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-02-at-11.23.32-1280x1073.jpeg)
Capitaneados por João Carlos Geraldo que responde pelo Paisagismo do Clube, nossa equipe está combatendo uma Praga que pode causar grande prejuízo ao nosso meio ambiente. A diretoria também não tem medido esforços e investimentos para solucionar o problema.
João nos conta que a palmeira da foto é uma Ravênea (Ravenea rivularis), nativa de Madagascar, ela fica entre o quiosque 4 e as quadras de areia. Foi atacada pela Broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum), uma espécie de besouro de origem americana, ocorrendo desde a Argentina até a Califórnia. As fêmeas botam os ovos na região do “palmito” de diversas espécies de palmeira, destruindo muitas plantações comerciais, como coqueiros e dendezeiros. Naturalmente o besouro não tem muitos predadores, o que dificulta seu controle natural. Sabe-se apenas as corujas-buraqueiras (Athene cunicularia) consomem os besouros adultos.
Esse besouro é preto-opaco, com 4,5 a 6,0 cm de comprimento e possui um “bico” recurvado e forte, que mede aproximadamente 1,0 cm.
As larvas são muito grandes e vorazes, destruindo a gema de onde nascem as folhas novas e grande parte do caule. Os besouros-fêmeas também se alimentam dos tecidos internos das plantas e constroem galerias, transmitindo ainda uma doença chamada resinose, de origem fúngica.
Para realizar o controle a equipe chefiada pelo encarregado André Bueno utilizou armadilhas com um produto (rincoforol), que é o feromônio com função de atrair sexualmente as fêmeas.
Quando o ataque é detectado a tempo, aplica-se um veneno sistêmico, que vai ser absorvido pelas raízes e espalhar por toda a planta, matando as larvas. Também é feita a desinfecção das áreas atacadas e aplicado um fungicida (pasta bordalesa).
João explica que nem sempre se percebe o ataque no início, e aí só resta o abate da planta e a queima do material, para evitar a dispersão da praga e da doença por fungos. Já se perdeu pelo menos 6 palmeiras no clube, de 4 espécies diferentes. Há diversos exemplares de palmeiras mortas pela cidade de Brotas, devido à essa praga, mas como as pessoas não sabem do que se trata, deixam os troncos sem abater e queimar. Isso permite que as larvas cumpram o ciclo e partam para atacar outras plantas, gerando uma infestação na cidade.
Mais recentemente foi atacado uma planta de dendê (Elaeis guineeensis), com quase 20 anos de idade e deverá ser abatida o quanto antes. A tentativa é de que a praga não se alastre e destrua grande parte da coleção de palmeiras, que conta com cerca de 240 espécies, tanto nativas quanto exóticas, de diversas partes do mundo.
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João Carlos Geraldo
Graduado em Geografia (UNESP – Rio Claro), com Mestrado em Geografia Física (USP) e Doutorado em Organização do Espaço (UNESP – Rio Claro).
Responde pelo paisagismo do Clube de Campo desde 2000 (20 anos). Também é o responsável pela coleção botânica implantada, com cerca de mil espécies diferentes de plantas.