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Praga de besouro atacando palmeiras no Clube em Brotas

Praga de besouro atacando palmeiras no Clube de Campo (Broca-do-olho-do-coqueiro) Alguns associados já devem ter se perguntado sobre o estado de algumas de nossas palmeiras aqui do Clube de Campo. Temos exemplares raros em nossos jardins e nossa equipe tem dedicado grande esforço para evitar um problema que nos encontrou nos últimos meses.

Capitaneados por João Carlos Geraldo que responde pelo Paisagismo do Clube, nossa equipe está combatendo uma Praga que pode causar grande prejuízo ao nosso meio ambiente. A diretoria também não tem medido esforços e investimentos para solucionar o problema.

João nos conta que a palmeira da foto é uma Ravênea (Ravenea rivularis), nativa de Madagascar, ela fica entre o quiosque 4 e as quadras de areia. Foi atacada pela Broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum), uma espécie de besouro de origem americana, ocorrendo desde a Argentina até a Califórnia. As fêmeas botam os ovos na região do “palmito” de diversas espécies de palmeira, destruindo muitas plantações comerciais, como coqueiros e dendezeiros. Naturalmente o besouro não tem muitos predadores, o que dificulta seu controle natural. Sabe-se apenas as corujas-buraqueiras (Athene cunicularia) consomem os besouros adultos.

Esse besouro é preto-opaco, com 4,5 a 6,0 cm de comprimento e possui um “bico” recurvado e forte, que mede aproximadamente 1,0 cm.

As larvas são muito grandes e vorazes, destruindo a gema de onde nascem as folhas novas e grande parte do caule. Os besouros-fêmeas também se alimentam dos tecidos internos das plantas e constroem galerias, transmitindo ainda uma doença chamada resinose, de origem fúngica.

Para realizar o controle a equipe chefiada pelo encarregado André Bueno utilizou armadilhas com um produto (rincoforol), que é o feromônio com função de atrair sexualmente as fêmeas.

Quando o ataque é detectado a tempo, aplica-se um veneno sistêmico, que vai ser absorvido pelas raízes e espalhar por toda a planta, matando as larvas. Também é feita a desinfecção das áreas atacadas e aplicado um fungicida (pasta bordalesa).

João explica que nem sempre se percebe o ataque no início, e aí só resta o abate da planta e a queima do material, para evitar a dispersão da praga e da doença por fungos. Já se perdeu pelo menos 6 palmeiras no clube, de 4 espécies diferentes. Há diversos exemplares de palmeiras mortas pela cidade de Brotas, devido à essa praga, mas como as pessoas não sabem do que se trata, deixam os troncos sem abater e queimar. Isso permite que as larvas cumpram o ciclo e partam para atacar outras plantas, gerando uma infestação na cidade.

Mais recentemente foi atacado uma planta de dendê (Elaeis guineeensis), com quase 20 anos de idade e deverá ser abatida o quanto antes. A tentativa é de que a praga não se alastre e destrua grande parte da coleção de palmeiras, que conta com cerca de 240 espécies, tanto nativas quanto exóticas, de diversas partes do mundo.
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João Carlos Geraldo
Graduado em Geografia (UNESP – Rio Claro), com Mestrado em Geografia Física (USP) e Doutorado em Organização do Espaço (UNESP – Rio Claro).
Responde pelo paisagismo do Clube de Campo desde 2000 (20 anos). Também é o responsável pela coleção botânica implantada, com cerca de mil espécies diferentes de plantas.